domingo, 5 de dezembro de 2010

GOSTINHO DE NATAL

Este é de Dia das Crianças, mas o de final de ano era muito parecido, se não igual.

Inevitável é, nesta época do ano, recordar o quanto, em criança, a proximidade do Natal nos preenchia o coração e a imaginação com toda sorte de bons desejos, sentimentos, esperanças!


Lembro-me dos inesquecíveis comerciais de final de ano da Estrela, que mostravam toda a linha de brinquedos da fábrica! Eram comerciais lindos! O jingle não saia da cabeça: "Todo o segredo de um brinquedo vive na nossa emoção! Toda criança tem a Estrela dentro do coração!" Que delícia! Era de encher os olhos!
Ainda na categoria comerciais, havia aquele do menino no coral, com a saudosa musiquinha: "Quero ver você não chorar, não olhar pra trás nem se arrepender do que faz! Quero ver o amor vencer, mas se a dor nascer, você resistir e sorrir!" Ai, ai, ai... Realmente os finais de ano não são a mesma coisa depois que a gente cresce.


Bom, hoje em dia eu acho que, se fosse criança, também não teria muito do que me recordar daqui a alguns anos.
Maravilhas como essas duas que citei não existem mais há tempos! A TV só nos bombardeia com tolices, mau gosto e apelação. Nada a ver com o que tínhamos nos queridos anos 80!
Há a chamadinha do SBT, também, que eu amava tanto e que já mencionei tantas vezes, aqui: "Luz que traz o Natal, traga ao mundo a eterna paz!" Essa realmente me marcou muitíssimo. E vê-la na televisão era, internamente, o marco de que o Natal estava realmente dando as caras entre nós!

Este jingle era o próprio Natal, para mim! Amo demais!

E montar o presépio, então? Era minha atividade natalina preferida! Junto com a decoração da árvore, claro! Achava o máximo termos de "preparar a casa" para a chegada do Natal!
Antigamente os pisca-piscas não eram tão comuns. Acho que eles passaram a ser mais populares a partir da década de 90. Nos anos 80 o que tínhamos eram aquelas lâmpadas grandes, normalmente colocadas em árvores de verdade, no lado externo das casas.
Era uma belezura acompanhar o bairro todo se decorando para o nascimento de Jesus!
Sim, porque, pra mim, o Natal sempre foi isso: o aniversário do Menino Jesus!
Nunca entendi porque ninguém incluia balões, bolo e brigadeiros entre os costumes natalinos! Tinha certeza, quando criança, de que o pequeno Jesus adoraria tudo aquilo!
Mas eu acreditava em tantas outras doces fantasias por aquele tempo...
Chega a dar uma dorzinha no coração o modo como a vida vai nos tirando, uma a uma, nossas melhores e mais queridas fantasias.
Em Papai Noel eu nunca acreditei, não.
Claro que ficava feliz quando via um mas, para mim, com meus botões, sempre soube que era coisa de desenho animado. Alguém fantasiado, como no carnaval. Eu não era uma criança estúpida. Sempre soube filtrar a veracidade dos fatos. De maneira que, não. Papai Noel nunca esteve entre minhas fantasias de Natal.
Outro marco importantíssimo do meu final de ano eram os especiais da Xuxa na TV!
Nossa, como eu os adorava! Dividir a ceia natalina com a Rainha dos Baixinhos era realmente uma satisfação enorme!
Acho que o meu Natal só estava consumado depois de ouvir Xuxa cantando "Estrela Guia" na TV.

E se o Natal tivesse um hino, "Estrela Guia", pra mim, seria o próprio! =´)

Antes disso a festa nunca estava completa.
Daí vinham os presentes, os abraços, um sempre querendo competir com o outro pra ver quem tinha ganhado o melhor presente, aquelas coisas todas de criança que sabemos e conhecemos tão bem!
Os panetones que minha madrinha fazia, que eram deliciosos! A mesa farta de frutas e guloseimas, tão características do nosso final de ano tropical, tão diferente do inverno europeu! As músicas, a animação, os brindes e o gostoso todo que eram os ritos natalinos.
Hoje em dia, nada mais é como antes. Há a festa, há o encontro, mas o espírito natalino se enfraqueceu.
Não existe mais o "encanto" de outrora. E por mais que, hoje, luzinhas que piscam se esforcem para iluminar tudo quanto é canto, a opacidade impera. Há algo, da ordem do sentido, do significado, mesmo, que se perdeu com o caminhar dos anos.
Fico me perguntando o que será; o que teria ficado pela estrada à medida em que fui envelhecendo, deixando de ser criança...
E são tantas as respostas e os motivos que sequer consigo chegar a uma conclusão para isso.
Sei é que as coisas estão diferentes, que as pessoas não são mais as mesmas e que o Natal "coisificou-se".
Talvez, então, haja aqui qualquer sorte de resposta: o que era um ESTADO DE ESPÍRITO passou a ser UM FERIADO A MAIS NO CALENDÁRIO.
E é triste que seja sim.
Anos atrás e o Natal conseguia, com relativa facilidade, o milagre de me reacender todas as esperanças!

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