É. Para todos aqueles que tiveram a sorte de crescer ouvindo os "bom dia" superanimados da Rainha na televisão, esse é e sempre será o "Dia dos Baixinhos", mesmo! E é muito bom poder dizer que fiz parte dessa geração, apontada, por muitos, como a "geração perdida", frívola, consumista, precocemente sensualizada e alienada. E é claro que, como toda pessoa de bom senso, analiso a coisa sob aspectos muito mais justos antes de taxar-nos disso ou daquilo.
Fomos, sim, como muitas outras, uma geração com seus defeitos e suas qualidades. Inevitável, agora, "ao chegarmos ao poder", percebermos o quanto somos uma geração que conservou o seu frescor, a sua vitalidade e, não raro, muitas das nossas características infantis. Ter 30 anos em 2010, com toda certeza, não é a mesma coisa que ter 30 anos em 2000, ou 90, 80... Os parâmetros são outros! Os costumes, o pensamento e, sobretudo, o comportamento é bem diferente. Ninguém é chamado de "velho", hoje, aos 30! Vivemos uma síndrome de Peter Pan total e absoluta! Ninguém que eu conheça, hoje, e que tenha a minha mesma idade, se furta aos prazeres mais característicos dos mais jovens! Todo mundo tem orkut, facebook, twitter e joga joguinhos online, pelo celular ou pelo PC; adora novidades tecnológicas e não dispensa um bom mp3 player para "desconectar-se" um pouco da realidade circundante.
Nós somos assim: frutos de uma geração egocêntrica, calcada na realização pessoal e que, muito comumente, tem dificuldades para enxergar os pontos exatos onde excedemos os nossos limites e esbarramos nos limites do outro.
Apesar dos pesares, somos também uma geração mais "leve", menos cabeça dura e mais afeitos aos diálogos, quando esses se nos mostram viáveis e passíveis de resolverem os problemas cotidianos.
Somos uma geração fragmentada, mas muito comprometida com o nosso futuro e com as nossas metas pessoais.
Gosto, no final, do heterogêneo conjunto que representamos. Gosto de saber que, mesmo bombardeados por bons e maus exemplos (como TODAS as gerações o são!), soubemos filtrar o que era real e efetivamente importante, atentando para a mudança dos tempos e nos transformando, ao longo desse caminho, de remanescentes do "mundo antigo" a baluartes da "era digital", disponibilizando-nos a aprender todo o necessário para abandonarmos de vez o obsoleto e adentramos com todo vigor o maravilhoso mundo da comunicação globalizada, facilitada, democrática e instantânea.
Já pararam pra pensar o quanto o mundo se transformou nas últimas três décadas?
É, meu rapaz... Evoluímos dentro desse curto espaço de tempo o que os séculos antecessores não fizeram em 70, 80 anos.
E redesenhar nossas funções e obrigações nesse novo contexto não foi, claro, uma tarefa fácil.
O bom é que ninguém, também, fugiu da raia e deixou o trabalho lá, sem ser feito.
Somos uma geração consciente, preocupada com a natureza e idealista - sim, ainda somos idealistas! E eu acho que, com toda modéstia pertinente, podemos nos considerar parcialmente bem sucedidos.
E o nosso sucesso é, só por si, uma resposta a todos aqueles que diziam que "Xuxa estragou uma geração!", "Xuxa sensualizou aquelas crianças!", ou "Xuxa os tornou alienados!"
É claro que deve haver aqueles a quem a carapuça, de fato, sirva. Não há dúvida. Mas generalizar é tão perigoso!
Eu não considero a presença de Xuxa "perniciosa" em minha vida, por exemplo. Muito pelo contrário: com ela eu aprendi a acreditar em mim mesmo, a ser disciplinado para atingir meus objetivos, a não precisar de drogas como forma de fuga e a enxergar a natureza com respeito e responsabilidade. Com ela eu dei boas risadas e cantei aquelas que foram, ao meu ver, as melhores canções de toda a minha vida! Falar do repertório musical de Xuxa é pontuar toda a minha infância com aqueles versos, aquelas melodias e tudo de bom que elas transmitiam ao meu coração infantil, tão sedento de sonho, fantasia, cor e emoção.
Xuxa me fez chorar, também. E com o seu carisma e simpatia inquestionáveis, ela me ensinou que está tudo bem se você for TRANSPARENTE e deixar que as pessoas te adivinhem apenas ao te olhar, vendo estampados em seus olhos todos os mais variados sentimentos.
Xuxa tem esse dom: comove, toca, entra no seu mundo sem pedir licença e deixa a sua marquinha.
Algo parecido com o que acontece nos contos, quando uma linda Fada Azul resolve te visitar e te regalar algum mágico presente, mudando sua vida para sempre.
Como toda árvore que produz bons frutos, Xuxa foi apedrejada, caluniada, invejada e diminuída pela imprensa, pela mídia, por pessoas que não gostavam de seu trabalho e insistiam em reduzi-la a uma oportunista, uma modelo sensual indevidamente instalada entre as crianças e tantas outras coisas mais que não cabe, aqui, ficar recordando.
Em oposição a isso tudo, só peço que parem e reflitam sobre o seguinte: Xuxa tem dinheiro e fama suficientes para continuar vivendo "na boa", sem levantar o bumbum da cadeira para o resto de seus dias e, no entanto, apesar disso, continua aí, se reinventando, tentando buscar novas formas de dialogar com as crianças de hoje, mantendo sua fundação a todo vapor e investindo como ninguém no progresso do cinema nacional, trazendo investimentos e crescimento para esse setor de saúde tão delicada aqui nesse Brasil de meu Deus.
Quantas apresentadoras infantis existiram desde que Xuxa inaugurou esse filão na TV brasileira? Quantas resistiram ao tempo, hum? Quem é que pode, então, argumentar que Xuxa "só queria dinheiro" e que "não tinha amor algum pelas crianças"? De experiência própria, digo a vocês: NADA que NÃO É VERDADEIRO resiste e perdura TANTO ASSIM na linha do TEMPO! Se não fosse DE VERDADE, Xuxa nunca teria se sagrado MITO no cenário artístico brasileiro, sul americano, europeu...
Minha maior resposta aos caluniadores de Xuxa - e falo, aqui, da ARTISTA, porque a PESSOA eu não conheço! - é esta: assistam a essa mulher entrevistando alguém. Vejam Xuxa falar diretamente com a câmera, como quem fala com um velho amigo, numa naturalidade e intimidade invejáveis até mesmo para os veteranos da nossa telinha. Olhem nos olhos dessa menina-mulher e digam se conseguem enxergar uma faísca que seja de falsidade, mentira ou embuste.
É DESSA Xuxa que eu sou fã: uma comunicadora ímpar, que de maneira simples, infantil e carismática conquistou o seu lugar no Olimpo entre as nossas maiores estrelas, plantando cadeira fixa no coração de várias e várias gerações, que seguem lhe admirando o talento e o comprometimento com o seu público e o seu trabalho.
Sim, meus caros, Xuxa fez a minha infância MUITO MAIS FELIZ!
E é a ela, sim, que internamente sempre agradeço por manter aquecidas as minhas mais lindas memórias infantis.
Como eu digo sempre: há amizades que são PRA VIDA TODA!
E a minha com a Tia Xu é firme, forte e saudável.
Feliz dia pra você, Xu!
Feliz dia pra todos nós!
Um comentário:
Que texto apurado e sensível!
Reflete bem os coraçõezinhos que foram apaixonados desde pequenos por essa rainha.
Honmenagem mais do qu merecida!
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